terça-feira, 23 de dezembro de 2014

RESENHA DO FILME HER (2013)

A história de um ser humano que se apaixona por um sistema operacional interativo...poderia resumir o filme nessa frase, embora eu ache que não faria justiça a grandeza, originalidade e profundidade da história. Her nos conta de forma sutil e arrebatadora como lidamos com a tecnologia e ao mesmo tempo os desejos de conexão do ser humano, tão atemporais e que sempre existiram na humanidade, desejos estes que possuem seus benefícios e consequências. Seria mais uma entediante e clichê história de amor impossível, se não fosse pelo fato de há algo a mais aqui, há uma força poderosa e vivificante que mostra os relacionamentos a dois sob um prisma ao mesmo tempo universal e único; mostra a complexidade de se lidar com relações reais e humanas, mas também mostra uma nova e libertadora visão sobre o amor e o desejo, não se trata aqui da tão conhecida incompatibilidade humano/máquina, se trata da interação entre dois corações, duas mentes, duas vidas, uma voz incorpórea programada como sistema operacional, mas que sente, deseja, e ao fazer isso torna-se um "eu", um sujeito. A sutil crítica as relações virtuais e a tecnologia surge aqui mostrando a incapacidade para se relacionar com pessoas reais mas também sugere que qualquer forma de busca por contato, por alguém que te complete é válida, e aí está justamente a beleza e contradição de tudo: um relacionamento "artificial" pode tornar-se mais real e verdadeiro do que um relacionamento normal, humano...
Realmente Spyke Jonze nos faz ver o mundo de um jeito diferente, com um romance mais profundo e verdadeiro do que a maioria das histórias de amor que conhecemos.




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